8 de fevereiro de 2017

O que aconteceu com o adeus - Sarah Dessen.


Título: O que aconteceu com o adeus.
Autora: Sarah Dessen.
Editora: ID.
Páginas: 424.

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[...] no mundo real, não se podia simplesmente partir uma família ao meio, mãe de um lado, pai do outro, com a criança dividida igualmente entre eles. (Pág 178).

Depois que os pais de Mclean se separaram, e o viver apenas com o pai, ela aprendeu que, cada vez que mudava de casa, poderia também mudar quem era.

Em dois anos, ela viveu em vários lugares diferentes por conta do serviço do pai e, em cada um deles, escolheu se reinventar e começar uma vida toda nova, como uma nova garota.

Até que, ao ser recriar tanto, acabou se perdendo. Sem raízes, sem passado e sem futuro. Apenas um presente vazio e muito próximo de se desintegrar novamente...


É como quando se rasga um pedaço de papel em dois: por mais que se tente, a emenda nunca se encaixa exatamente de novo. (Pág 178)

Eis aqui meu terceiro contato com uma obra de Sarah Dessen, autora muito conhecida por seus dramas adolescentes. Confesso que, apesar de ansiosa, estava também preocupada. Minha primeira obra dela (Just Listen) foi uma das mais belas coisas que já me aconteceram em minha vida de leitora. E o segundo livro (Aquele verão) foi uma das maiores decepções da vida. Hoje estou feliz em dizer que "O que aconteceu com o adeus" me devolveu a confiança em gritar aos quatro ventos "Esta autora é maravilhosa".

[...] ultimamente, eu tinha certeza de uma coisa: eu sabia o que queria. (Pág 317)

Com uma narrativa leve, fácil e rápida, não é possível dizer o momento em que a história de vida de Mclean te prende a atenção, mas também é impossível deixar de acompanhar o drama que se desenrola sem apelo ou grandes acontecimentos. Tudo aqui é vivido e narrado como a vida real, um cotidiano tão crível que quase se torna seu.

A resposta era sim. Sempre foi sim, em relação a você. (Pág 372).

Personagens humanizados, complexos e longe dos estereótipos passeiam por cenários distintos e que refletem a personalidade de quem o frequenta. Carisma, autenticidade e sentimentos fluem pelas páginas em reflexões complexas (e ao mesmo tempo simples) e diálogos profundos e rápidos. A autora consegue passar mil e uma ideias sem torná-las explicitas ou desproporcionais.

Eu estava cansada e não tinha nenhum outro nome ou garota em que pudesse me esconder. (Pág 244)

No começo foi complicado entender toda a história de vida da personagem, porém quando a autora terminou de entregar as peças do quebra-cabeças, tudo fluiu como uma melodia perfeita, uma explicação racional e, estranhamente, também emotiva sobre a reflexão já abordada no título do livro: o que aconteceu com o adeus?!

[...] no exato momento em que eu precisava estar mais apta a romper e correr, como boa "fugitiva", eu finalmente tinha encontrado um lugar - e talvez até algumas pessoas - ao qual valia a pena me apegar. (Pág 283/284)

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