10 de fevereiro de 2017

FIlme: Django Livre

Nome original: Django Unchained
Ano: 2013
Produtos: The Weinstein Company / Columbia Pictures
Direção: Quentin Tarantino
Gênero: Faroeste
Duração: 2h 44min

Django é um escravo que está a caminho da casa de seu novo dono, quando um homem para a todos no meio da floresta, falando difícil e deixando os homens que os carrega na dúvida sobre o que ele pode estar realmente dizendo. Quando o Dr. King Schultz resolve descer do seu transporte e se dirigir a Django, os homens o carrega ficam furiosos, terminando tudo muito rapidamente em uma série de mortes.

“Deixe a liberdade ecoar”


Elenco


Christoph Waltz          Samuel L. Jackson      Kerry Washington     Leonardo DiCaprio        Jamie Foxx
Crítica

Eu não me lembrava de ter assistido a nenhum filme desse diretor e muito provavelmente não assisti mesmo, não é uma experiência fácil de ser esquecida. No início do filme, já temos algumas mortes violentas, frases sarcásticas, escravos libertos e um escravo montado num cavalo. Como a história se passa toda no século XIX, e é um filme americano, se passa na época da escravidão dos Estados Unidos, tem muitos fatores históricos, mas definitivamente Quentin Tarantino não se prendeu a esses detalhes. O humor, personalidade e frases dos personagens são quase mais interessantes do que o próprio enredo e embora, seja difícil escolher o que é melhor em todo o filme, com certeza a trama e o ator nesse caso, foram fundamentais para que a coisa toda parecesse ainda mais real do que o normal.
O filme é marcado por sua violência exagerada, mortes bizarras, personalidades trocadas e frases espetaculares. Com um homem negro muito ingênuo, mas que sabe o que quer. Um caçador de recompensa que é do bem e faz tudo parece mais fofo do que. Com um cara autoritário que cede a um punhado de dinheiro. Uma mulher boa, mas que sorri ao ver a falência e explosão de algumas coisas e um escravo que é mais conselheiro do que qualquer um.
“Quanto piores eles são, maior é a recompensa”
Django - interpretado por Jamie Foxx - vai descobrir logo que mesmo sendo um escravo, teoricamente, livre, isso não muda o fato de que as pessoas vão olhar torto para ele quando chegar nas cidades, ou mesmo muda o fato de que as pessoas vão tentar tratá-lo tanto quanto possível, como tratam seus próprios escravo. O Dr Schultz - interpretador por Christoph Waltz-, que o libertou, de certa forma, é um senhor muito excêntrico, de diversas maneiras, ele é um personagem digno de nota, com suas frases rebuscadas, seu estilo estranho e sua forma de ser um caçador de recompensa como se isso fosse uma coisa boa.
Django vai perceber rapidamente que quanto mais aprender com o Dr. Schultz, mais ele vai ganhar, pois, saber atirar, se disfarçar, ter respostas espertas para todas as perguntas, saber até mesmo interpretar uma pessoa que não é para ganhar pontos com um cara de quem não gosta - será fundamental para sua sobrevivência em um lugar onde as pessoas observam até mesmo sua respiração, se fazem isso com um branco, o que dizer de um negro metido a besta em cima de um cavalo - é assim que as pessoas falam sobre ele e ele sabe e gosta, pois sempre os surpreende verdadeiramente.

“Cavalheiros, vocês tinham minha curiosidade, mas agora vocês têm minha atenção”
Django conta ao Dr. Schultz que tem uma esposa e após cumprir sua missão ao lado dele, informa que vai atrás dela, além de se sentir muito culpado por tudo que aconteceu a ela, ele também a ama tanto que não consegue imaginar o resto da sua liberdade sem tê-la ao seu lado. Eles passam por diversos lugares para encontrar o motivo da liberdade de Django, invadem fazendas, matam autoridades, até aquele minuto glorioso que vai definir a vida de ambos, que vai dar dinheiro para os dois e, principalmente, fazer com que ele tenha liberdade para procurar por aquela que tira seu sono.
Quando chegam a casa de um alemão, muito difícil de lidar, Calvie Candie - interpretado por Leonardo DiCaprio, uma das cenas mais marcantes, principalmente quando ele fala o trecho destacado ali em cima sobre a curiosidade dele. 
Calvie, é um cara extremamente excêntrico, ele acha incrível o fato de ter um negro montado num cavalo, passeando por suas terras, mas ele não acredita muito na cara do negro de que é um durão, faz uma coisa extremamente chocante na frente dele e do Dr. Schultz. Django é capaz de fazer parecer que não sente nada, embora quem o conhece consiga perceber claramente quando ele fecha o maxilar para não fazer nada diante da atrocidade que vê. Após, ficar olhando para o rosto de Django enquanto os cachorros fazer um estrago no corpo de um homem, decide que o negro pode ser realmente tão ruim quanto parece, a ponto de não demonstrar sentimentos.
“Ô demônio persuasivo”
É uma luta de personalidade, cada um com suas respostas prontas e perspicazes, sua forma de observar e tomar os detalhes como os mais importantes. Django, Schultz e Candie, porém as coisas ficam ainda mais interessantes quando um dos criados mais importantes e antigos da Casa Grande, conhecem Stephen - interpretado por Samuel L. Jackson - com sua personalidade forte, que não aceita as coisas erradas, nem mesmo do seu patrão e seu olhar apurado, percebem coisas que ninguém mais foi capaz de perceber e por isso, a confusão toda é ainda maior.
Mesmo sendo cheio de mortes, é um filme extremamente engraçado, o que faz com que a parte da contradição, dita no segundo parágrafo - aqui - enfatize ainda mais essa parte da contradição.
O diretor Quentin Tarantino é reconhecido justamente por suas muitas mortes em todos os filmes que faz, sendo estas exageradas ou não, mas o mesmo nunca tinha ganhado um Oscar, até receber dois por este filme.


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